quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Poema Marginalização

 

Observo a rua
Longa e marginalizada
Pela brutalidade dos homens
Pela “nóia” fútil e desmedida
Que despreza a humanidade
A sensibilidade
A simplicidade.

Arando a terra
Para uma miséria que nasce,
cresce, se expande...
Ataca por todos os lados
Derrubando e amassando
A massa,
O pão,
As flores.

A hipocrisia dos homens faz barulho
E todos fingem que não ouvem...
Será possível?


Pedro Henrique

 

terça-feira, 19 de março de 2019

poema da libertação do rio



não tenho medo da palavra que corta o rio que divide o rio em dois hemisférios
duelo de águas nas costas da maré
quantas vezes deixei de naufragar?
quantas vezes não vi o rio sobre o rio e pensei ser um rio só?
isso é a porrada do mundo
da força do mundo sobre a miudeza nos olhos que só procuram pelo pouco a gente nunca sabe como funciona
o olho da esperança
a gente nunca conserta
um dente de leão
eu tenho medo é de velhas dores
ou de não entender que a poesia vai além da rima
eu tenho medo é de achar
que o rio não é libertação
que só pode lavar banhar molhar navegar
e outros verbos que só servem para a linguagem repartir o rio vai além de passar a faca ao meio repartir o rio com o sol
repartir o rio com a chuva
repartir o rio com a canoa
quer dizer sinônimo de poesia
você tem histórias com o rio?
imagine um cavalo correndo nas mãos da pororoca imagine uma boiada indo em disparada no banzeiro imagine que do rio o barro é uma jura de amor eterno se o mururé disser que um dia foi uma estrela
acredite!
essa é uma história nascida do possível que a vida gera o que você levaria do rio?
uma corrente de água
fenômeno raro das marés?
um Deus que fosse sujeito ao toque
a forma física do rio que nunca dorme?
eu vou repartir é a minha sede com o rio
eu vou repartir o meu tambor
em dia de santíssima trindade
do rio eu levo a fúria a alquimia o deserto e o universo os seus pontos cardeais quero no poema
o seu santo remédio a sua visagem o seu nascedouro
o rio é poesia
acredite no que lhe falo
quem chorou o rio e o fez assim não foi Deus
quem chorou o maior rio do mundo foi um poeta.

Pedro Stkls 

obra “Amazonas” da artista plástica Silvia Marilia

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Poema Marginalização


Observo a rua
Longa e marginalizada
Pela brutalidade dos homens
Pela “nóia” fútil e desmedida
Que despreza a humanidade
A sensibilidade
A simplicidade.

Arando a terra
Para uma miséria que nasce,
cresce, se expande...
Ataca por todos os lados
Derrubando e amassando
A massa,
O pão,
As flores.

A hipocrisia dos homens faz barulho
E todos fingem que não ouvem...
Será possível?